quarta-feira, 31 de março de 2010

DEVOTO, EM PORTUGUÊS E DEVOTEE, EM INGLÊS

Recentemente fui procurador por uma senhora que informava a sua aflição por sua filha com deficiência ter encontrado uma pessoa que “tinha desejo” pela deficiência que ela portava.
Tomei um baita susto!
Formulei alguns argumentos e disse que a senhora procurasse o Ministério Público da Comarca de um município do Alto Sertão alagoano.
Encucado, resolvo conversar com uma psicóloga. Conto-lhe a história. Ela disse-me: “É devotee!” “As características são disso.” Explica-me mais algumas coisas e orienta-me a pesquisar na internete.

“É tema tabu e debate recente, mas já tem.”, disse-me mais ou menos isso.
Ainda surpreso fui à internete.

Lá estava!
Devotee, em inglês ou devoto, em português, é a conceito dado à pessoa que tem atração sexual pela deficiência em si e não pela pessoa com deficiência. Em princípio, não é um amor ou uma aceitação por uma pessoa com deficiência. Mas, uma atração pela deficiência e que, por isso, leva ao contato com a pessoa que a porta. A atração pode abranger a qualquer tipo de deficiência ou apenas a um deles.
Ainda na internete, descubro que a literatura médica europeia trata do tema devoto desde o final do século XIII. No Brasil, o tema passou a ser tratado nos primórdios do século XIX, mas ganhou forte publicidade a partir de 1999, quando a jornalista Lia Crespo realizou uma pesquisa sobre o tema e descobriu muitos adeptos dessa prática.
Não consegui entender se devoteísmo é apenas um fetiche, uma “tara”, ou uma doença ou um desvio de personalidade.

Mas...

Mudei de opinião.
Compreendi que o devoteísmo anunciado pela sertaneja e desesperada mamãe não é um caso de polícia e sim de tratamento ou de aceitação de preferências.

E você acha o quê?

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