segunda-feira, 29 de março de 2010

FILHOTISMO E NEPOTISMO PRODUZEM ATRASO SOCIAL

Atualmente, duas expressões têm sido muito faladas no mundo administrativo-político ou político-eleitoral. As expressões têm em comum o sentido de determinadas famílias se organizam para abocanharem os dinheiros públicos ou o poder-político, mediante relações de mero parentesco. São diferentes apenas quando considerados os momentos e as instâncias de suas práticas.
As duas palavras são o nepotismo e o filhotismo, e têm consequências sociais prejudiciais à população.
Nepotismo - O nepotismo significa a contratação de parentes para a administração pública Federal, Estadual, Distrital ou Municipal e nas três espécies de poder. Uma lástima! Princípios jurídicos, constituições e leis proíbem a prática do nepotismo. E por que o nepotismo é tão condenado? Por várias razões, mas dois motivos são básicos.
Um é o fato de algumas famílias usarem os serviços públicos para empregarem parentes e, como consequência, enriquecerem com a apropriação de dinheiros públicos. Segundo informações divulgadas pela imprensa, em Alagoas, existem famílias políticas que recebem mais de R$180 mil por mês, quando somados os salários de todos os seus membros empregados no poder público municipal.
O outro fato é a razão de os correligionários-eleitorais e até políticos ficarem “de fora” dos melhores salários da administração, eis que os cargos mais importantes são destinados à parentada. Os correligionários dos vários segmentos sociais, além de ficarem sem os melhores salários, também não participam das decisões administrativas.
A prática do nepotismo é comum nas administrações de São Sebastião. Primeiro de forma descarada mesmo. Depois, com modificação da Lei Orgânica Municipal, que proibiu essa prática nessa administração municipal, no estilo camuflado. Diz-se até que quem manda/decide é determinado parente e determinado Secretário apenas assina os “papel”.
Filhotismo – O filhotismo significa a eleição de parente novo, quando a família percebe que o cacique “velho” não tem mais possibilidade de eleger-se e por diversas razões. Atenta a impossibilidade eleitoral da personalidade velha, a família faz opção por uma de suas crias novas. E a vende como novo algo. Algum produto que seria melhor, além de mais novo. Em verdade, a ideologia, filosofia e prática dessa novidade são as mesmas dos descartados. Todos os vícios acompanham essa cria nova. E, convenhamos, não poderia ser diferente!
Alagoas é pródiga em praticar o filhotismo. Segundo matéria de o jornal Correio Brasiliense, considerando a eleição estadual, no pleito de outubro 2006, Alagoas foi o Estado brasileiro em que mais se praticou o filhotismo.
A população eleitoral alagoana, apesar de sacrificada e desrespeitada pela classe política alagoana velha, continua a eleger @s filh@s de quem representa a causa de seu sofrimento e penúrias econômica e social.
Matérias na imprensa citam dez claros casos de filhotismo: Cláudia Brandão, esposa do ex-deputado Celso Luiz; Artur Lira, filho do deputado federal Benedito de Lira; Gaia Filho, filho do ex-deputado Edival Gaia; Cathia Freitas, esposa do prefeito Inácio Loiola; Holanda Júnior, filho do ex-deputado Antônio Holanda (cassado); Nelito Barros, filho do ex-governado Manoel Gomes de Barros; Bulhões Filho, filho do ex-deputado Isnaldo Bulhões; Marcelo Victor, filho do ex-deputado Gervásio Raimundo; Flávia Cavalcante, filha do ex-prefeito de São Luiz do Quitunde, Cícero Cavalcante e Rui Palmeira, filho do ex-senador Guilherme Palmeira.
Segundo o Professor da UFAL, Alberto Saldanha, o problema não é apenas a prática do mero filhotismo, mas o fato de o eleitorado tão sofrido eleger alguém que representa a mesma ideologia, prática e filosofia. No entender do referido mestre, aí reside uma das causas dos nossos sempre falados atrasos social, cultural, econômico, educacional etc.
Bem...

E você, acha o quê?

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